sexta-feira, 2 de setembro de 2011

''Existe uma maré nos casos dos homens...



cuja,levando à inundação, nos encabeça à fortuna...Mas
omitidos, e a viagem das vidas deles está restrita
em sombras e misérias... Em um mar tão cheio
estamos agora a flutuar... E nós devemos pegar a
correnteza quando nos for útil...Ou perder as
aventuras antes de nós.”
                                                William Shakespear


Escrito em março-abril.

  As dificuldades da vida sempre estão presentes no cotidiano e a falta de sensibilidade e compreensão das pessoas também. A boa convivência e vizinhança são dádivas de anos de prática, são dádivas da maturidade elevada. A rotina tende a deixar as pessoas amargas e os erros antes relevados, agora, são levados a extremos de irritação.
  O peso da moeda esmaga o orgulho e você começa a se sacrificar para não mendigar. As conversas cada vez mais elevam o tom de voz, revelando a diferença de pensamentos e personalidade. As suas explicações parecem não fazer sentido e por mais detalhado que esteja, parece ininteligível. Queria ter o dom de saber escutar mais, de abrir a cabeça dos outros e pôr limites, meus limites, com o objetivo de fazer pelo menos por uma vez as informações não voarem como vento e ‘’fugirem’’ pelos ouvidos.
  Estou começando a me machucar, cheguei ao máximo de humilhação hoje. Fiz questão por coisas pequenas e desnecessárias, porém coisas que não posso assumir só, nem deixar se tornarem relevantes e repetitivos.
  Comecei a perceber o quanto perdi para poder seguir meus ideais. Eu tinha tudo materialmente falando e larguei esse “tudo” em busca de satisfação, provação, felicidade e paz. Eu consegui a satisfação de realizar meus ideais, a felicidade de ter um lar, a paz de ele ser meu, e minha própria provação pelo êxito dos meus objetivos concretizados. Mas são sentimentos feitos de momentos e que alteram para se repetir, onde muitas vezes são ofuscados pelos sacrifícios e problemas. Para conseguir esses ideais tive que sacrificar hábitos, regalias e maiores oportunidades. A indiferença dos acontecimentos em relação aos progenitores é de ferir por inteiro. A falta de tato deles é quase repugnante. Mais uma vez eu me sinto só, porém desta vez naufragando no meu barco “próprio” e “perfeito”. O problema é que a dona do barco está se ‘’partindo’’, pois para ela continuar no barco virou uma prioridade maior do que si própria, e qualquer risco de perdê-lo é um sacrifício a mais.  Só resta a dúvida de saber se isso realmente vale a pena.
  Hoje realmente sei que foi a melhor opção mais também sei que é a de maior proporção e de maiores consequências. Independência vem regada de certos aspectos que lhe fazem optar e mudar vários hábitos, hábitos saudáveis, sociais ou exagerados, e a falta de não optar por eles lhe mata aos poucos. Cabeças duras nunca cedem, persuadi às vezes não é tão fácil e você acaba tendo que impor certos conceitos. Espero de coração que não sinta essa frustração novamente porque sinceramente não sei se vou conseguir aguentar mais uma provação de incapacidade.

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